"(... ) o poeta quer ser um redentor, assumir sobre os seus ombros o mal da existência e redescobrir os verdadeiros nomes das coisas, apagados pela linguagem falsa da comunicação. Na rede inextricável de mediações que envolvem o indivíduo, o poeta é uma criatura anómala, que se recusa a fazer toca nas pregas da rede e se debate para a rasgar e atingir assim o fundo do ser, escondido pela rede. Muitas vezes, como no caso de Hölderlin ou Rimbaud, a aventura é mortal, pois para lá da rede não há nada, e o poeta precipita-se nesse nada."
Cláudio Magris, Danúbio
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